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O PROJETO

 

Este projeto nasceu da provocação que o Festival Rua dos Inventos nos trouxe. Motivados pelo eixo temático do Festival, quisemos criar uma forma de reinvenção do espaço urbano e uma forma de resistência de um olhar humanizado das relações interpessoais, onde o foco seja a participação ativa das pessoas, entendendo que a sociedade contemporânea, caracterizada pelo consumo e a individualidade, não gera momentos e espaços de encontros.

 

O conceito chave escolhido foi a memória, coletiva e individual. Ante o esvaziamento de significados e sentidos da sociedade contemporânea, achamos importante resgatar nossa história como uma forma de reconhecimento “no outro” e suas experiências e reconhecimento do que somos como comunidade.

 

O projeto O que não se vê quando se vê, fala de aquelas memórias e histórias que habitam os lugares e coisas, que lhes dão valor e sentido, mas que só se revelam para quem vivenciou aquilo. Queremos fazer visível aquilo que não se vê, através do compartilhamento da experiência, por meio de duas ações: Gabinete das lembranças e Cartografía da memória.

 

Essas ações questionam os conceitos do valor monetário e valor patrimonial dos objetos e lugares. A revalorização dada pelas vivencias compartilhadas gera um novo imaginário dos objetos compartidos e uma nova cartografia composta pelas lembranças que ocupam o espaço comum. Acostumados a espaços cheios de propagandas e normas que condicionam as condutas e objetos sobredimensionados em seu valor simbólico, o comum é que a valorização seja dada pela convenção social. Na nossa proposta, são as pessoas quem dão valor e compartem esse valor na comunidade, gerando outro tipo de espaço de comunicação possível, valorizado pela vivença e a empatia da experiência.

 

 

EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA:

 

 

A experiência para o visitante se produz desde duas perspectivas: desde quem lembra e desde quem assiste as lembranças do outro. Quem lembra é invitado a olhar seu passado, a fazer um ato consciente de memória e escolher um objeto ou local para compartilhar seus vivencias e revivi-o no presente. Quem assiste descobre um valor no objeto ou lugar que vá para além da materialidade e que tem sido dado pela experiência de um outro.

 

Nosso projeto mobiliza a memória coletiva, valorando a história invisível, pessoal, que não é valorizada pela mídia. Se trata uma forma de resistência que invita a compartilhar intimidade desde o mais vulnerável, que é a própria história, gerando um encontro com o outro desde a empatia e a constatação de experiências comuns em vida alheias, convidando à pausa para refletir a partir de outras historias nas nossas próprias.

 

O que não se vê quando se vê motiva a quem assiste a lembrar suas próprias vivenças tanto com seus objetos significativos quanto com a cidade e seus espaços, fazendo que o exercício da memória se multiplique com cada espectador e estimulando a troca entre o público. A recriação mental de cada memória estimula o imaginário, já que invita a visualizar no objeto e no local uma história narrada, estimulando a imaginação permitindo a criação de múltiplas cenas acontecendo em nosso imaginário num cenário comum.

 

 

 

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